Perceber a resiliência.
A resiliência é um conjunto de
aptidões (distintas do temperamento ou do tipo de personalidade) que nos
permitem enfrentar e atravessar experiências difíceis. As pessoas resilientes
resistem e recuperam de forma aparentemente “natural” às situações de stress do
dia a dia.
Chefes temperamentais,
discuções em casa, com familiares ou amigos, problemas de saúde, as contas para
pagar – tudo é registado pelo nosso cérebro como stress. A grande maioria de nós terá
que enfrentar uma ou mais situações traumáticas durante a vida, mas incontáveis
pequenos episódios de stress cobram o seu preço. Treinar a resiliência, pode
por exemplo, ajudar as pessoas a lidarem de forma eficaz com as doenças
crónicas e melhorarem a sua qualidade de vida. Se treinarmos o cérebro, a forma
como agimos sob pressão pode, em grande parte, ser uma decisão nossa.
Administração de emoções:
Refere-se à habilidade de se manter calmo perante uma situação de stress.
Pessoas resilientes são capazes de utilizar as pistas que leem nas outras
pessoas para reorientar o seu comportamento, promovendo o autocontrole. Quando essa
habilidade está pouco desenvolvida, torna-se difícil cultivar vínculos,
originando com frequência desgaste emocional nos familiares ou nos colegas de
trabalho.
Controle dos impulsos: A
capacidade de regular a intensidade dos seus impulsos no sistema neuromuscular
(nervos e músculos). É a aprendizagem de não se levar impulsivamente pela emoção. O controle do impulso garante a autocontrole dessas emoções, tornando o grau de
compreensão mais sensível e apurado mediante a situação.
Otimismo: Assenta na crença de
que as coisas podem mudar para melhor. Há um investimento contínuo de esperança
e, por isso mesmo, a convicção da capacidade de controlar o destino da vida,
mesmo quando o poder de decisão está fora das nossas mãos.
Empatia: Significa a
capacidade que o ser humano tem de compreender os estados psicológicos dos
outros (emoções e sentimentos). Não é ''colocar-se no lugar do outro'' como
muitos insistem em afirmar. É sim a capacidade de sentir o mesmo que o outro
sente.
Alcance de pessoas: É a
capacidade que a pessoa tem de se vincular a outras pessoas para viabilizar
soluções para as dificuldades da vida, sem receios e medo do fracasso.
Contrariar o circuito do medo.
Não é preciso um predador para
desencadear uma resposta de stress no ser humano moderno. Os sentimentos de dor
social, como a rejeição e a solidão, seguem ao longo dos mesmos caminhos
neurais do medo (as terminações nervosas dos neurónios libertam estímulos
químicos e elétricos que se comunicam entre si, esta comunicação constitui o
caminho neural no cérebro e é a base para o funcionamento do mesmo). A noção de
que vamos ser rejeitados ou falhar, ou que não vamos conseguir ultrapassar
determinado desafio, activa os mesmos circuitos se estivessemos face a um
predador. É um resquicío evolutivo do tempo em que os nossos antepassados só
sobreviviam em grupo. O problema é que, embora já não tenhamos predadores,
estamos constantemente a activar os mesmos circuitos neurais, com fatores de
stress diários – preocupamo-nos com o futuro, atormentamo-nos com o passado.
Quanto mais usamos estas autoestradas no cérebro, mais eficientes elas se
tornam, e esta forma de pensar torna-se a nossa fragilidade.
Quando aprendemos algo, “o
caminho é fraco”. Por exemplo, se aprendemos um conteúdo novo, ele só
fica consolidado no nosso cérebro se o usarmos regularmente, criando assim vias
neurais que serão os caminhos mais utilizados.
Pensemos no tempo em que
aprendemos a andar de bicicleta. Tinhamos que treinar a atenção para ficar
equilibrados, além de manter os olhos na estrada, segurar o guiador e
visualizar a direção desejada. Com a prática, as vias neurais automatizaram
estes mecanismos ao ponto de podermos executá-los sem a necessidade de fixar a
nossa atenção em cada passo a ser realizado. Quanto mais praticamos, mais
fortalecemos os caminhos do cérebro proporcionando sentimentos de confiança e
certeza. Nesta perspectiva, podemos dizer que quanto mais utilizarmos
pensamentos saudáveis e positivos, mais reforçamos as vias neurais destes
padrões de pensamentos.
Criar regras.
Uma boa maneira de medir quão
perto estamos da resiliência é avaliarmos como reagimos quando as coisas não
nos correm de feição. Enfrentar as coisas que nos assustam descontrai o
circuito do medo, sendo um bom primeiro passo. Também é benéfico desenvolver um
código de ética para guiar as decisões quotidianas.
10 passos para ser mais resiliente:
Desenvolva um conjunto de crenças que nada possa abalar.
Tente encontrar um sentido, seja qual for o acontecimento
stressante ou traumático por que esteja a passar.
Tente manter uma prespectiva positiva.
Inspire-se em alguém que é especialmente resiliente.
Não fuja do que o assusta, enfrente-o.
Seja rápido a procurar apoio quando as coisas ficam fora
de controlo.
Aprenda coisas novas o mais frequentemente possível.
Encontre um plano de exercício fisico ao qual se mantenha
fiel.
Não se martirize ou fique preso ao passado.
Identifique o que o faz forte de uma forma única – é a
sua arma.
Construir uma base sólida.
Pode parecer difícil acreditar
que ficar mais forte tem tudo a ver com sintonizar a mente, o corpo e o momento
presente. Mas é isso precisamente que se está a descobrir, a prática constante de
determinados estados de meditação muda o aspeto do cérebro assim como o seu
funcionamento e que quanto mais experiente a pessoa que faz a meditação, mais
rápidamente o cérebro recupera do stress. As mudanças no nosso cérebro,
transformam a nossa base e do que realmente precisamos quando as águas ficam
agitadas é de uma base sólida.
2 comentários:
Achei muito interessante atualmente esta sua postagens. Parabéns!
Whatsapp da band FM
Adorei ler seu post.
tri legal ao vivo
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