mundos separados que partilhamos

irremediavelmente separados, apesar de tão próximos ?


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3 comentários:

moonlover disse...

Fantástico ;)

Cinza disse...

Essa proximidade perde a cumplicidade ao não ser partilhada... é urgente voar... a estagnação inebria os seres de algas... (bela foto- bom trabalho!)

Filipe disse...

Este post surgiu depois de lêr o conto “Numa rua anónima de uma cidade qualquer” de Paulo Kellerman, que a determinada altura diz o seguinte:

“... Afinal, é esse o destino dos humanos; estarem irremediavelmente separados uns dos outros, apesar de tão próximos entre si. Fingimos que compreendemos os outros, por vezes até acreditamos, com convicção, que conhecemos efectivamente aqueles que amamos. Suponho, contudo, que a realidade seja diferente: temos apenas umas pistas, umas intuições, uns instintos; procuramos adivinhar, por vezes acertamos. Apenas acreditamos na riqueza e complexidade do outro para que o outro... corresponda com a cortesia de acreditar na complexidade e riqueza de nós próprios, poupando-nos a indignidade de nos confrontar com a nossa rudimentar e hermética simplicidade; tentamos dissimular a inconsequência da maioria dos nossos actos, a banalidade da maioria dos nossos pensamentos, a irrelevância da maioria dos nossos objectivos, a mesquinhez da maioria dos nossos sonhos, a hipocrisia da maioria dos nossos sorrisos; tentamos superar-nos, transformamo-nos em pomposos seres que estudam diligentemente os mistérios do universo e inventam deuses obscuros e complexos para explicar os desígnios e objectivos e enigmas de dilemas e éticas, seres que secretamente acreditam na felicidade plena e até na imostalidade, seres iludidos, crédulos, distraídos. Mas na verdade não enganamos nínguém

Uma descrição um pouco dura do ser humano, mas que me fez pensar: raramente nos damos totalmente a conhecer; também não creio que seja fundamental, não acham?