numa terra distante

Sombrios baixaram a palavra ao silêncio.
Encheram o espaço de solidão.
Arderam como o cigarro dos desesperados.
E deixaram que as cinzas fossem mais negras que o cinzento escuro.
Não quiseram tentar uma saída e atravessaram o dia com o olhar consumido. Os dias.
Sempre no limite do possível. Limite que não se desfez.
Quando já não sabiam se eram corpo ou se eram pó,
esqueceram-se que se tinham conhecido.
E quando se cruzaram na rua, choraram sózinhos sem saber porquê.

Ouves o que penso? É porque estamos próximos.

(texto in Dizer-te, Ana Teresa Silva)

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21 comentários:

R. disse...

Thanks for this moment*

'Quando já não sabiam se eram corpo ou se eram pó..'

*

musalia disse...

filipe, venho agradecer a tua visita (creio que é a primeira vez). maravilhosa esta canção e belissimas as vozes. o que é? :)
voltarei.

teresa g. disse...

Vagueando por aí parei um pouco por causa da música (lindíssima) e acabei por ler o texto. Essa proximidade é uma preciosidade. Se a encontraste não a percas! É tão fácil encher o espaço de solidão...

Manuela Peixoto disse...

acho que lá no fundo todos somos corpo e pó!

Filipe disse...

Musalia:
A canção é muito triste, mas muito bela.
Trata-se do video clip do filme "Black Hawk Down", os interpretes são Danez Prigent & Lisa Gerrard.
(nota se clicares em cima do video 1 ou 2 vezes, és direcionada automáticamente para o Youtube e poderás ver outros videos do mesmo interprete).

un dress disse...

´
ÀS VEZES NÃO SOBRA NADA

QUE POSSA SER PALAVRA...


A BELEZA APENAS. PRÓXIMA...




:)

hora tardia disse...

tudo perfeito nesta "terra".


A Ana T.
o vídeo.

a intenção.


_____________abraço.

de um piano agora calado.

Plum disse...

Até me arrepiei....obrigado por partilhares!***

Susana Júlio disse...

Não conhecia o tema, apesar de ser fã da Lisa Gerrard e Dead Can Dance. Adorei escutá-lo acompanhado da leitura e depois, de novo, vendo o clip musical...quanto ao filme que deu azoa música é daqueles que não consigo assistir, não só por já saber como acaba (logicamente) mas especialmente por saber que retrata um caso verídico.

Quando resta a cinza é deixar o tempo actuar, calmamente e suavemente, que novas "coisas" renascerão.

Beijos em fio aqui da Teia.

Anónimo disse...

Apenas uma palavra : Fantástico!!!!

Nilson Barcelli disse...

Excelente escolha, das palavras e da música.
Gostei.
Bfs, abraço.

maria inês disse...

demasiado fragilizada, para passar e ficar indiferente!

bom resto de fim de semana!

Mateso disse...

Bela voz,lindissímo poema ...algo de muito profundo.
Obrigada pelo momento.
Beijos.

mnemosyne disse...

Na boca das palavras a boca da alma...Palavras e música, combinação perfeita.

sa.ra disse...

lamento não poder ouvir a música, mas sinto-lhe o timbre


gostei do poema, tão denso

beijo
dia muito feliz

impulsos disse...

Belo
Belo
Belo
Não tenho mais palavras para descrever o que li e ouvi!!!

Beijo

Sofi ^-^ disse...

Olá Filipe.... passei aqui um pouco para descontrair depois de uma semana tão dificil...
Tudo aqui é tão belo de ler e ouvir....

Um jinho muito grande

Nilson Barcelli disse...

Filipe, não há mais posts...?
Bfs, abraço.

R. disse...

Ainda na terra distante,my friend??

kiss*

Anónimo disse...

Olá!!!Andei meio parada e continuarei por aqui apenas a meio vapor,mas não podia deixar de te vir ler;)
Excelente escolha...adorei!!!
Deixo meu beijo e meu sorriso:)
E já agora tb uma pergunta:)
A tua conclusão acerca do desafio no meu blog,tendo em conta o teu comentário ao mesmo;)

impulsos disse...

Belo!
As palavras podem ser tanta coisa...
Estas, são tristes!
Mas não podiam ser mais belas ao acompanhar um vídeo assim... igualmente belo!!

Beijo