Longe...
Fracos,
Como farrapos na cama,
Orgulho feito de lama, e o verbo ser a partir.
Palavras presas na alma, ruas de vento e vivalma,
Um límpido tiro, um suspenso suspiro,
Pietá nas notícias,
Gravatas impunes negando as sevícias
Vozes de ferro, de fogo, de fome, de fuga, de facas,
E as rugas pobres, já fracas,
Um poço morto de sede,
Grafftis numa parede,
E ninguém percebeu, que o mundo inteiro sou eu.
Outros,
Loucos, perdidos, sentidos certeiros,
Crianças feitas guerreiros,
A quem foi roubado o perdão,
Dois braços cheios de pão,
Napalm, na palma da mão,
Um fósforo fátuo,
Nos jornais o retrato
De um estilhaço, um abraço,
Um pedaço de espaço
De uma pátria sem chão.

Uma pétala pródiga, um remorso confesso,
Talvez a dor no regresso,
Talvez um dia o inverso,
Mas isso já eu não peço,
O mundo inteiro a fugir,
O mundo inteiro a pedir.
Que se oiça alto o teu Não.
A cada não que dizes,
Abre-se um lugar no céu.
Pedro Abrunhosa

9 comentários:
...
cuidar em que não nos deixemos morrer
Beijo
cada vez gosto mais do NÃO...
:)
Bjs.
Olá Filipe,
visita boa, interessantes reflexões em Morada Terra.
;^D
Olá,
Venho agradecer a visita e as simpáticas palavras que depositaste no meu...caos.
Adorei este espaço e voltarei com toda a certeza.
ficam os desejos de tudo de bom e um excelente fim de semana.
Beijinhos e até breve.
;O)
Olá
Acho admirável o teu sentido de "unidade" para preservar, para cuidar do mundo...
Beijito em ti
Maravilhoso!!!
bjos
Por vezes o não pode ser uma palavra positiva ...!
Um abraço da M&M & Cª!
Excelente poema, muito bem construido.
abraço.
Nim é que não. Sim ou não, sempre que necessário. E se a abertura no céu com um NÃO for na direcção da felicidade, então, digo: NÃO. Se for o inverso, obviamente digo: SIM.
Poema intenso.
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